Homens x mulheres

Homens. Todos querem uma coisa. Vivem em busca da paixão, do fogo, do novo. Mas, ao mesmo tempo, querem o certo. O aconchego, o alimento, o ombro, o ouvido, o porto seguro… uma mãe. Sem julgamento. A maioria deles foi criada assim e não espera algo muito diferente.

Almoço de família: as mulheres cozinham, as meninas limpam e ajeitam tudo, enquanto os meninos brincam e jogam vídeo game. Os homens esperam o chamado: “o almoço está pronto”.

Certamente, eles, como todos nós, se apaixonam, se enlouquecem, se perdem. Mas, com o tempo, se desinteressam, se entediam e esquecem. Procuram a paixão, o fogo, o novo. Outra vez.

Assim também como as mulheres, se não tivessem tanta pressão, se não tivessem que carregar o eterno fardo do medo do fracasso e o fantasma da frustração enquanto “provedoras” do lar.

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Olhares e encantos de um cidadão do mundo

Há três meses, Fernando estava em Potosí, uma cidade histórica boliviana, onde parava e observava a porta da igreja de San Lorenzo toda esculpida em pedra pelos índios de sua pátria. Antes da colonização, os povos originários sempre tiveram grande fé e respeito pela existência das sereias. Quando os espanhóis chegaram, finalmente tinham uma ‘imagem’, uma idealização delas e agora podiam desenhar, esculpir estas figuras. Fernando sempre se entregava a contemplá-las.

O caos da cidade simplesmente desaparecia naquele momento, que se resumia apenas ao instante entre ele e a arte. Observava extasiado cada detalhe, as sereias esculpidas com maestria, sua história, suas lendas. Quem escuta suas narrações fica encantado, se mantém atento e mergulha em seus contos e conhecimentos. A porta da igreja de Potosí se tornou o início de muitos assuntos evocados por ele, um estrangeiro e novo integrante da terra Brasilis.  Continue reading →

O que pessoas depressivas têm a dizer para você?

Antes de colher os relatos para esse texto, publiquei em minha página do Facebook perguntando se alguém conhecia pessoas diagnosticadas com depressão. Diversas pessoas comentaram dizendo que sim e boa parte delas disseram que conheciam várias e que inclusive ela era uma delas. Levando em consideração que os posts só chegam a 8% do seu feed em modo orgânico, são números grandiosos.

Com isso, percebi a dimensão do tema e resolvi buscar fontes e dados sobre o assunto. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas são diagnosticadas com depressão no mundo. No Brasil são 11,5 milhões de casos, que soma cerca de 5,8% da população brasileira.

Além disso, quase 800.000 pessoas se suicidam por ano no mundo, o que equivale a uma morte a cada quatro segundos. Ou seja, é um grande problema que acomete pessoas de todas classes sociais e idade, e precisa ser discutido.

Perguntei sobre a realidade das pessoas que vivem com depressão. Como convivem, o que sentem, como é o tratamento. Leia os relatos, entenda, busque ajuda ou ajude.

André, 25, estudante de psicologia

Eu já sabia o que eu tinha, depois de estar muito na merda em 2014, procurei um psicólogo. Antes me abri com os meus pais, que sempre me apoiaram. Continue reading →

O que jovens estrangeiros acham do Brasil?

Entrevistei alguns estrangeiros de diversos países para finalmente descobrir a visão do nosso país.

No geral, perguntei sobre segurança pessoal, instabilidade política, qualidade e custo de vida, o jeito do povo brasileiro e pedi para compartilharem alguma história que marcou sua viagem.

Há depoimentos longos e sucintos. Cinco países, cinco pontos de vistas e cinco histórias.

Denbert White – Londres

Denbert

“Passei por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e em todos os lugares me senti seguro o tempo todo. Tinha escutado falar que no Rio deveria tomar mais cuidado com minhas coisas, mas havia muita presença policial, então não me preocupei muito. Tinham muitos carros de polícias em cada entrada de favela. A única vez que me senti intimidado foi quando fui a um “estabelecimento de cavalheiros” e o segurança nos olhava muito torto e queria cobrar um valor maior que consumimos. Continue reading →

A última dança

Era uma sexta-feira. Andávamos a caminho do centro, levemente alterados e maravilhados com a capital do país. Estava um clima agradável e cantávamos em direção à uma noite que mudaria minha vida. Minha vida que andava ora sem graça, ora vazia, aos poucos preenchidas por fantasias, nostalgias, boemias. A luz do luar nos enaltecia naquele momento. Em meio aos carros com risos causados pelo teor etílico caminhávamos contemplando a sensibilidade e a poesia que as luzes da cidade, os prédios e os cartões postais transmitiam naquele instante de profundo êxtase existencial. Tudo estava ali. Mas, ainda faltava algo. Continue reading →

Temporal

Hoje o vento veio forte.
As portas bateram, os pratos quebraram,
a chuva se aproximou como uma mensagem
em um momento de angústia.
A dança das árvores, o cheiro agradável e
o céu a trovejar. É hora de pensar.
Onde você pode estar?
Pensando bem, nesses escuros é tempo de deixar
os sentimentos partirem com o temporal.
Assim, a janela se abre, a luz do sol reflete, floresce
um novo eu a cada ciclo chuvoso e belo da vida.
Há de vir junto do arco íris o sorriso da alma,
a leveza do coração e o eterno renascimento.

O lado obscuro das redes

Com o avanço tecnológico asinternet_texto pessoas estão cada vez mais conectadas no âmbito virtual e mais propensas ao encurtamento das distâncias. A convivência nas redes sociais alteram o modo das relações e causa superficialidade à paisagem social moderna. Estudos das Universidades de Houston e Palo Alto, nos EUA, revelam que as pessoas que passam mais tempo no Facebook relatam sintomas depressivos mais elevados devido a constantes comparações sociais.
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O menino do centro

spUma quarta-feira qualquer numa padaria no centro de São Paulo.

– Ô tio, tem um trocado pra me arrumá?

Com a cabeça tomada pelo stress cotidiano, pensa em passar reto, mas olha de rabo de olho e diz:

– Trocado eu não tenho, mas posso te pagar um lanche. Quer?

– Quero um salgadinho, tio.

Observando o menino devorar o conteúdo venenoso dentro do pacote, com embalagem de cores vibrantes bem famoso entre as crianças, percebeu que aquela fome não era somente a que vinha do estômago. Era a fome que vinha também do coração sedento por atenção. Continue reading →

Intolerância Religiosa

imagem_4302_381É possível considerar a intolerância religiosa como um atraso para sociedade brasileira. Ultimamente tem acontecido casos de violência e desrespeito ligados à religião em todo território nacional. Acredita-se que isso não ocorra somente como uma forma de violência gratuita, mas também como um espelho da educação desses agressores.
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A luta inacabável

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Com vida sossegada, Geni acorda por volta das 7h, dá uma volta no jardim até decidir qual fruta irá escolher para o café da manhã. Vivaldo, na tranquilidade, cuida de seus queridos passarinhos ao som de uma moda de viola. Antes de pegar no batente, Geni costuma deixar o feijão de molho, verificar sua agenda de clientes do dia, varrer a calçada e conversar com alguns vizinhos sobre algum fato ocorrido durante a noite, tudo muito sereno. Às 9h abre o salão e mostra que veio pra ficar na cidade. Entre tesouradas, químicas malucas e cores inusitadas, Geni vive a vida que sempre quis. Mas, nem sempre foi assim. Continue reading →